sexta-feira, 15 de agosto de 2014

MOÇÃO DE APOIO À GREVE DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS PAULISTAS




Moção de Apoio da UEG UnU ESEFFEGO à Greve das Universidades Estaduais Paulistas

A Unidade Universitária Goiânia ESEFFEGO, pertencente à Universidade Estadual de Goiás vem publicamente expressar através deste documento, o total apoio à greve das universidades estaduais paulista (UNESP, USP e UNICAMP) e também total repúdio ao Governo do Estado de São Paulo pela promoção acelerada da precarização, sucateamento e abandono das universidades públicas no estado.
O atual estágio de sucateamento das universidades públicas e também da intensificação da precarização do trabalho no ensino superior é um problema recorrente não somente em Goiás ou São Paulo, mas em todo o país, onde cada vez mais os reflexos das investidas das políticas neoliberais na educação são evidenciadas em nosso cotidiano através do desmanche das políticas de assistência estudantil, pelo aumento da precarização do trabalho docente, pela diminuição dos investimentos em infra-estrutura e também através das políticas privatistas. A clara intenção destas políticas neoliberais promovidas tanto pelo governo federal, quanto pelos governos estaduais é tão somente a mercantilização da educação e a implementação da lógica de mercado dentro das universidades públicas, visando transformar a educação em negócio e os estudantes em meros clientes.
Durante o ano de 2013 a Universidade Estadual de Goiás realizou a maior greve de sua história, com duração de 89 dias, onde estudantes, professores e funcionários lutaram juntos através de uma pauta unificada, obtendo grande êxito ao final, com vários itens da pauta sendo atendidas. Ressaltamos também que não por mera coincidência, durante aquele ano de 2013 realizamos uma intensa experiência política de colaboração, união e de solidariedade com os estudantes das UNESP’s, que também se encontravam em greve naquele mesmo  ano, onde realizamos manifestações em conjunto, promovendo uma greve que ultrapassou os limites das fronteiras dos dois estados.
Hoje, mais uma vez, nos solidarizamos com a greve geral de pauta unificada entre professores, estudantes e funcionários das universidades estaduais paulistas, que lutam contra as políticas públicas neoliberais do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), pelo reajuste salarial para docentes e funcionários técnicos administrativos, por maiores investimentos financeiros nas políticas de assistência estudantil, contra o sucateamento das universidades públicas, pelo aumento do percentual de investimentos a ser repassado pelo governo de São Paulo às universidades públicas paulistas e contra o projeto de privatização do ensino superior neste estado.
Apoiamos ainda a ocupação de prédios, salas e das moradias por estudantes em greve e condenamos publicamente a expulsão, por parte da direção, de alunos que residem nas moradias estudantis das UNESP’s.
Repudiamos as ameaças do governo ao direito de greve e à realização de piquetes nas universidades paulistas,  pois a greve é um direito fundamental, garantido a todos os trabalhadores pela Constituição Federal. Repudiamos também o corte de ponto dos trabalhadores em greve, a criminalização dos estudantes, que atualmente estão sofrendo processos de sindicância e processos judiciários por participarem dos movimentos de greve, e por último repudiamos também os cortes nas verbas das políticas de permanência estudantil nas universidades estaduais paulistas.
Nossa luta é por uma universidade pública, gratuita e de qualidade em todo o Brasil, onde a classe trabalhadora tenha plenas condições de acessoe também de permanência no ensino superior, no intuito de fazer da educação um instrumento de emancipação dos trabalhadores e uma arma que auxilie na libertação da violência e opressão da atual sociedade de classes.

Goiânia, agosto de 2014.


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